REGIONAL














:: Resumo da História da Capoeira Regional ::

A Capoeira Regional foi o estilo criado por Manoel dos Reis Machado, o Mestre Bimba, na década de 30. Ele achava que a Capoeira Angola (que era praticante) estava muito fraca em termos de luta, sem contar com a situação que a capoeira se encontrava – perseguida, discriminada, mal vista pela sociedade - então decidiu criar uma “nova”, que deu o nome de Luta Regional Baiana, mais tarde chamada de Capoeira Regional. Mestre Bimba misturou os movimentos do batuque – antiga luta em que os lutadores tem como objetivo derrubar o adversário com as pernas – à Capoeira Angola. Alguns dizem que ele misturou à capoeira, lutas como o jiu-jitsu, judô, boxe, savate...mas esta questão ainda gera controvérsias. Mestre Bimba era um exímio lutador e tinha conhecimento de várias lutas, por esse motivo sua capoeira foi e ainda é vista como uma mistura. Mas Mestre Bimba criou muito mais do que um estilo de capoeira, ele foi o responsável por termos hoje, a capoeira inserida no meio social. Ele foi o responsável por, “tirar” a Capoeira do Código Penal da República e criou um método de ensino, inexistente até então. Mestre Bimba fundou a primeira academia de Capoeira reconhecida oficialmente, o Centro de Cultura Física Regional Baiano. Na sua academia, haviam várias normas e regras que deviam ser cumpridas e acatadas. Para ser aluno, devia-se comprovar a profissão com a carteira assinada ou ser estudante, pois não eram permitidos alunos vagabundos em sua academia. Tinham também que passar por um teste de admissão, que o próprio mestre aplicava nos alunos. Passada esta etapa, o aluno aprendia o movimento mais importante da capoeira: a ginga, que o Mestre ensinava segurando pelas mãos. Após aprender os movimentos básicos, o aluno aprendia as Seqüências de Ensino (8 seqüências), que eram praticadas sempre com um aluno formado e sem o acompanhamento do berimbau. Na verdade, o aluno se matriculava em um curso - Curso de Capoeira Regional – como nas Universidades. A maioria de seus alunos eram universitários, o que influenciou bastante o Mestre. Os calouros, a festa de Formatura (batizado), com paraninfo, orador e os cursos de especialização são exemplos da influência dos estudantes. Os alunos eram “classificados” em: calouro, formado e formado especializado. O último grau era o de mestre charangueiro. O calouro era o aluno iniciante, e que ainda não tinha jogado ao som do berimbau. O formado (lenço azul), já podia jogar ao som da iúna – jogo dos formados – e à eles eram dadas várias obrigações e deveres, pois eram os “espelhos” dos novatos. O formado especializado era o capoeirista formado que havia concluído o curso de especialização - eram treinadas técnicas de defesa pessoal contra armas e onde haviam as famosas emboscadas. Era dividido em duas partes: a primeira era feita na academia (curso de armas) e era dado ao formado que concluísse o lenço amarelo. A segunda parte era realizada na Chapada do Rio Vermelho (emboscadas) e era dado ao aluno o lenço vermelho. O último grau era o de Mestre Charangueiro, onde eram ensinados os toques dos instrumentos da Capoeira Regional. A roupa branca representava este último estágio.


Carlos Henrique Santana Santos (Mudinho)

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